segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Resenha do livro "Verdade e Trasnformação" de Vishal Mangalwadi


Qual é a relação entre Deus e sua criação? O livro de Vishal nos explica teórica e praticamente as incríveis implicações que existem nesta questão e em reconhecer a verdade nisto, a ideia central de que Deus possui um plano não apenas espiritual para sua criação, mas em que as coisas espirituais completam, melhoram e fazem funcionar com a exatidão ao qual esta criação foi planejada para ser o que é, ou o que pode vir a ser.

A primeira parte abre nos revelando o privilégio que o ocidente tem em ter seus fundamentos na Bíblia. Onde a base dos valores morais, cívicos e éticos estão enraizados nas escrituras, e justamente por causa desta raiz nos conceitos bíblicos, a estrutura social que conhecemos existe até hoje. O problema acontece quando a cegueira destas gerações, que se seguiram até aqui, não admitem a importância destes fundamentos. Comportando-se como sendo libertinos ao invés de libertados. Todavia, verdadeiramente não o são por completo, até que de uma vez por todas reconheçam a soberania de Deus e a salvação que há em Cristo, sem se importar com o que a filosofia o secularismo e o animismo – ambos extremos – impõem a nossa sociedade.

“O reconhecimento de Hume (filósofo britânico 1711-1776), dos limites da lógica, deveria ter humilhado a arrogância do Iluminismo. No entanto, ao invés de admitir que a nossa lógica tinha seus limites, muitos acharam que se a lógica não poderia provar Deus, então Deus não poderia existir” (p. 29). Apesar de a filosofia ateia e gnóstica ocidental não ter influenciado o oriente tanto quanto o oposto, Vishal mostra que a Índia não precisou de tal influencia para pagar o preço de não conhecer os fundamentos bíblicos, que aos poucos o ocidente vem lutando e tentando rejeitar. A fábrica de leite que foi um exemplo de honestidade na Holanda (onde uma máquina disponibilizava o leite em troca do dinheiro, sem nenhum humano intermediando a venda), se tornaria um exemplo de burrice e oportunidade para a corrupção com os indianos, que não possuem uma moral baseada num Deus único e detentor supremo desta moral, como também para tantos outros países dominados pela corrupção e maus costumes.

Enxergamos um pouco mais da inconformidade e indignação de Vishal, em sua declaração de que não há romantismo na visão das mulheres que carregam suas latas d’água na cabeça. A inteligência que existe dentro da cabeça que é usada apenas para suporte de baldes, poderia ser muito mais bem aproveitada se o machismo e a filosofia de opressão ao mais fraco e rejeitado – institucionalizado pelo povo e pelo governo – não fosse uma terrível realidade na Índia. Mosteiros no ocidente, na Europa e em outros locais se tornaram universidades. Em seu início, o ocidente compreendeu o potencial que o homem tem quando está coberto pela verdade. A verdade fez com que os monges não esperassem pelas esmolas, eles desenvolveram tecnologias para captar água, plantar, colher, etc, tudo para o seu sustendo e com a visão bíblica de que o trabalho dignifica o homem, enquanto que aquele que aquele que não quer trabalhar, aconselha Paulo, que também não coma (2 Ts. 3:10). Entretanto, Vishal nos mostra a mudança desta consciência se voltando para o misticismo, onde as políticas públicas vem sendo influenciadas pelas ideias de uma geração mimada e carente da verdade.

Vishal questiona a cultura da própria nação pela ideia da poligamia ser um dos motivos pelo qual a Índia não se desenvolve por inteiro, mas pela metade, ou seja, quando os homens tem o poderil – não a autoridade – sobre as mulheres, onde declara que “a poligamia desvalorizou nossas mulheres e enfraqueceu nossos filhos” (p. 45). Lutero viu a importância do macho e da fêmea. Examinando as escrituras percebeu que a completude do homem e da mulher está em firmar esta relação entre si, quando afirmou que “um ano de casamento foi mais santificador do que dez anos em um mosteiro” (p. 47).

A força da monogamia e a destruição que a poligamia provoca no país, são pontos elementares no entendimento do mal social da Índia, quando nos é apresentado no livro o argumento de que a poligamia deixa as mulheres fracas. Portanto, se as mulheres possuem algo de Deus que Ele mesmo injetou para transformação de um todo em conjunto com o homem, significa que com esta relação quebrada entre o homem e a mulher (poligamia), faz com que a Índia não se desenvolva perfeitamente, se suas mulheres não assumirem seu papel de importância, pré-estabelecido por Deus na sociedade, de antigamente e de hoje.

Temos um Deus de conceitos imutáveis, retos e perfeitos, por isso, seus resultados – baseados nesses conceitos – sempre serão de igual modo retos e perfeitos. É compreensível o porquê que as sociedades sem base nas escrituras acabam pendendo para a falta de compromisso com apenas um cônjuge, quando o autor esclarece que “a monogamia é difícil porque não pode ser sustentada sem uma espiritualidade que ordena amor acima da luxúria, submissão como o segredo da grandeza, mansidão como a fonte de glória, e serviço como o caminho para o poder” (p. 49).

Vemos o caso da menina Sheela e a luta pela qual Vishal e sua esposa passaram para garantir alguma dignidade aquela menina adoentada e ainda mais agravada pela indiferença de seus pais. “Para nós – afirma Vishal – ela era uma pessoa preciosa. Para eles, uma segunda filha era uma responsabilidade a mais(...)” (p. 55). Em contra partida, vemos o contraste do caso de Helen no ocidente, uma criança que nasceu cega, muda e surda. Seus pais acreditaram que apesar de todas estas limitações em sua condição física, seu espírito estava em condições ideais e perfeito. Eles sabiam que Helen foi alguém feito a imagem de Deus.

Encontramos uma questão bastante intimidadora e reflexiva no início da segunda parte, onde baseado em algumas profecias de Isaías, somos questionados se “Jesus morreu só para levar nossas almas ao céu, ou ele morreu também para a cura das nossas nações?” (p. 69). As argumentações de transformação social ficam muito mais intensas desta parte em seguida. Apesar da primeira consciência que o ocidente teve nas escrituras, fazendo-as seus fundamentos, o Evangelho hoje foi corrompido para um individualismo escancarado, fazendo de Cristo apenas um resgatador individual, ou o guia para nossas almas confusas em direção ao paraíso de descanso para nossas almas “cansadas”. Um questionamento pessoal: Cansadas de que? Quem dentre nós sofreu a perseguição que Paulo e tantos outros sofreram pelo evangelho? Somos um povo mimado, que está apenas engatinhando na compreensão da verdade que Deus outorgou ao mundo.

Os males da nossa atualidade estão refletidos nos acontecimentos da época de Cristo. Pessoalmente acredito que Ele permitiu aquele cego gritar, quem sabe em desespero, o mais alto que o mesmo podia, para assim fazer com que todos ao redor enxergassem aquele que eles mesmos rejeitavam. O cego até então era o resultado da culpa de seus pais, mas Jesus comprovou o inverso, curando-o e perdoando-o, mostrou a benignidade e longanimidade de Deus, para aqueles que justamente mais precisavam de tais atributos como exemplo na sociedade injusta e hipócrita em que viviam em Israel. “O mundo foi capaz de ver que um profeta poderoso tinha surgido entre eles, que poderia abrir os olhos de um cego de nascença, mas os governantes não conseguiam ver nada mais do que a violação das suas próprias regras mesquinhas” (p. 75).

Não existe mudança social sem consequências significativas sobre os que militam por esta mudança. Vishal nos apresenta o ato de tomar a cruz e seguir os passos de Jesus a partir de uma outra perspectiva. Enquanto que tomar a cruz pode parecer um ato de fraqueza e desamparo, somos convidados a perceber que tomar a cruz pode ser sim um ato de rebeldia contra este sistema corrupto. Levantar a cruz é a nossa arma moral para assumir com coragem e perseverança as consequências dessa decisão.

Notei na terceira parte o objetivo que Vishal tem de nos por contra a parede e questionar a nossa crença sobre o poder do Evangelho. Porque proclamar Cristo no ocidente é fácil? Ou será que vivemos numa falsa ideia de facilidade? Porque se está sendo fácil, – pergunto-me – por que não estamos vendo mudanças significativas em nossa sociedade? Estamos pregando o evangelho transformador ou uma ideia que inventamos, moldada aos padrões deste mundo? “Proclamar Jesus como o Rei do Céu geralmente não resulta em perseguição. Mas quando começamos a proclamar Jesus como governante dos reis da terra, nós chamamos o problema. Porque assim, automaticamente, julgamos o mundo que nos rodeia pelo critério da Sua justiça e Sua retidão, - por isso Jesus fala na oração modelo 'sua vontade seja feita assim na terra como no céu'.” (p. 153) Percebemos, neste capítulo, que o sistema político secular, para defender seus próprios métodos, o máximo ao qual pode fazer é eliminar a sua vida, e entregar você ao “poder” da morte. O engraçado é que fizeram isso com Jesus, mas o contrário aconteceu. Pois aquele que é o dono da vida não seria também o dono da morte? Jesus sujeitou a morte ao seu poder e senhoril com sua divina e providencial ressurreição. Ele derrotou nosso último inimigo. O que temeremos?

E neste mesmo sentido de vida abundante, Vishal nos apresenta uma ideia bastante confrontadora para os cristãos de mente fechada e mal conhecedores da real proposta de Deus, que só esperam ver a destruição de um mundo condenado. É bem verdade que a consciência do pecado atingiu até a natureza fazendo-a germinar espinhos e ervas bravas na terra (Gn 3: 17-18), mas ao mesmo tempo Deus nos convida a perseverança para os que acreditam na fidelidade de Deus em favor da sua criação. A possibilidade do refino e da restauração da terra ao seu estado original é muito bem defendida pelo autor, que baseia seus argumentos no que disse Paulo, em que nos revela sobre a “expectativa da criação que aguarda a manifestação dos filhos de Deus” e que “a própria será redimida do cativeiro da corrupção” (Rm. 8:19-21). Esperança realmente é um bom nome para este capítulo e última parte do livro, pois explica que “(...)o fogo de Deus vai consumir tudo o que é pecado em mim e no mundo não é uma mensagem de condenação, mas uma mensagem de esperança, que deveria me fazer trabalhar para construir coisas que vão durar pela eternidade” (p. 191).

São com teorias e práticas como estas que Vishal nos embriaga com novidades e esperanças para o nosso povo, raça e cultura. Esperança não em conceitos humanos, filosofia vã ou conselhos de astrólogos pelo alinhamento dos planetas ou qualquer outra baboseira sobre as influências das constelações para a terra. Não, nossa esperança está naquilo que está escrito na palavra do nosso Criador. Na atitude de salvação e reconciliação de Seu Filho, Cristo Jesus. E no resultado visível desse plano sobre aqueles que se sujeitam a Ele, o homem em sua completude, sujeitando-o a mente, o corpo e o espírito. A esperança escorre deste livro. O entendimento e a responsabilidade que envolve este saber encoraja-nos a buscarmos o nosso papel neste Reino, que vem, mas que já está!

VALORES BÁSICOS ENCONTRADOS NO LIVRO:

1. CONHECER A DEUS – Este valor está implícito em todo o livro, seja no conceito de entender a moral de Deus nos relacionamentos entre homem e mulher (a noiva de Cristo e o Cordeiro); nos ensinamentos de amor perfeito que Deus tem para qualquer ser humano; e inclusive no título, que por conter a palavra “verdade” nos lembra que Ele é o caminho a VERDADE e a vida.
2. TER UMA COSMOVISÃO BÍBLICA – O livro é praticamente um compêndio de valores voltados para a cosmovisão bíblica. Não apenas em teorias – pois a palavra de Deus nunca é apenas teoria – mas na prática, mostrando os caminhos para uma sociedade mais justa e em direção a perfeita completude em Deus.
3. SER ORIENTADO POR RELACIONAMENTOS – Tratar os relacionamentos injustos e quebrados é uma proposta básica deste livro, do começo ao fim, vemos a importância de tratar uns aos outros como gostaríamos de ser tratados. Enxergar a importância do outro, não apenas como meu semelhante e participante das mesmas dores que eu, mas enxergar neste alguém a semelhança de Deus, a imagem daquele que o criou. Relacionar-se é dizer a Deus que honramos sua criação, que respeitamos sua vontade ao criar-nos e que estamos felizes com tudo o que Ele fez.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Querem um conselho? Escolham outro símbolo!

Na cultura ocidental, que possui influência judaico/cristã, me surpreende ver o arco-íris sendo usado como símbolo do orgulho gay, o que não me incomoda, ao menos que a intensão não seja distorcer o significado bíblico, mas apenas usá-lo por suas cores que indiscutivelmente nos motivam á alegria - que é a tradução literal para a palavra "gay". Parece realmente ser um símbolo perfeito para a causa, não é? Sim, se isto não tivesse surgido no ocidente... É que no ocidente majoritariamente judaico/cristão, este símbolo é interpretado não com o nome Arco-Íris, mas como Arco da Aliança, que pra quem não sabe, foi firmado após o dilúvio, que aliás foi um sinal após Deus pedir a Noé que colocasse dentro da arca PARES (MACHO e FÊMEA) de cada espécie. Interessante né?
Todavia, acreditar que o dilúvio é uma verdade ou não, é uma questão de fé, mas sinto, isto não altera o significado impetrado do nosso Arco da Aliança. Que até teria tudo pra ser um excelente símbolo HETERO, mas que por outras razões o símbolo ou a bandeira colorida ganhou uma nova fama, tendo sua estreia em 1978 na Parada do Orgulho Gay de São Francisco, sendo utilizada até hoje.
Como falei, apenas uma informação, talvez até um merecido esclarecimento

Sem culpa!

"O resultado disso (perseverança na fé) é que Deus nosso Pai tornará forte, santo e sem pecado o coração de vocês, a fim de que possam comparecer sem culpa diante dele naquele dia quando nosso Senhor Jesus voltar com todos quantos Lhe pertencem." (1 Ts. 13)


Aquele que crê em um Deus existente, deve levar em consideração a mensagem de Cristo, o único cujos prodígios, conduta e obra são uma inigualável revolução sobrenatural e natural em amor. Logo, o mesmo Cristo e aqueles a quem escolheu - como Paulo de Tarso no texto acima - nos alertam sobre o pecado, ou seja, pecado existe, pecado é o que desagrada e nos separa de Deus. Lembre-se, após declarar seu amor afastando os acusadores da prostituta Maria Madalena, sua última ação foi perdoar-lhe os pecados que carregava.
Em suma, o povo que assim entende, que assim professa a fé, a conduta, em amor, e arrependimentos de pecados, são definidos como propriedade de Deus e de Cristo, servos da VERDADE ABSOLUTA deixada por Cristo, o ressurreto a destra de Deus, seja esta verdade conflitante com os valores terrenos, sim, mas harmoniosa com os valores de Deus que nos aguarda desta vida enganosa, duvidosa e fugaz. Enquanto o mundo tenta fazer de Cristo um marco da libertinagem, do amor distorcido em adulação permissiva, nós que entendemos a mensagem do amor que diz NÃO para o pecado cujo prazer é momentâneo, receberemos o SIM da recompensa celeste, cujo o prazer é eterno. Quão vã seria nossa fé, se a mensagem de Cristo fosse apenas para este mundo. Algo maior nos aguarda!


Força, Fé e Paz para estes tempos difíceis, aos irmãos em Cristo, que indubitavelmente, voltará!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

VOLTAMOS AOS DEUTERONÔMIOS!

Quero conversar um pouco sobre o EI (Estado Islâmico). Não vou fazer um raio-x sobre o mesmo, porquê isso o programa Fantástico já fez. Mas quero comentar o que está acontecendo. Sobre nossa época e sobre meu comportamento como cristão. Afinal, sou um ameaçado pelo EI. Se estivesse por aquelas bandas, poderia ser eu um decapitado, um fuzilado, um enforcado ou um queimado vivo. Mas aqui estou, não queimado, mas vivo, num país majoritariamente cristão, e assegurado por isso. Será?

Tenho medo. E essa é a nossa época. A época do medo, aliás, do terror. Você pode até me pedir para que eu não me preocupe, afinal os extremistas ainda não deram as caras por aqui. E talvez você diga mais, talvez diga que falar sobre terrorismo no Brasil é "agorar" o nosso país, que até então vive em paz com todas as religiões. Sinto dizer, mas ainda que longe, ainda que separados por milhares de quilômetros de territórios e mares, ainda somos um alvo. Lembre-se, os aviões encurtaram as distâncias.

Sabe o que é engraçado? A Bíblia, a nossa Bíblia Sagrada, relata as guerras e as batalhas do Antigo Testamento, e nos mostra que necessário era matar, naquela época, pela soberania da nação escolhida por Deus. Matar em nome de Deus e pela ordem de Deus era a situação. Qual a justificativa? Não contaminar-se com os hábitos dos povos estranhos. Vamos conferir no texto bíblico: "Assim farás a todas as cidades que estiverem mui longe de ti, que não forem das cidades destas nações. Porém, das cidades destas nações, que o Senhor teu Deus te dá em herança, nenhuma coisa que tem fôlego deixarás com vida. Antes destruí-las-ás totalmente; Aos heteus, e aos amorreus, e aos cananeus, e aos perizeus, e aos heveus, e aos jebuseus, como te ordenou o Senhor teu Deus. Para que não vos ensinem a fazer conforme a todas as suas abominações, que fizeram a seus deuses, e pequeis contra o Senhor vosso Deus." (Deuteronômio 20:15-18). É uma leitura difícil não é? Mas o povo escolhido por Deus para vencer essas guerras, lutavam e matavam povos que acreditavam cada qual em seu deus, ou deuses. Eram povos que adoravam-os, sacrificavam-se e suplicavam a esses deuses. Deuses que não tinham olhos, bocas ou ouvidos. Deuses (que escrevo em D maiúsculo, apenas por estarem depois do ponto) que não existiam, nem antes nem hoje. Justificável? Bom, o contexto da época em qualquer parte do mundo, não era a paz. Não se conquistavam territórios com um "por favor, posso invadir?".

Mas o fato é: Estou em maus lençóis? Sendo um cristão, acreditar no que diz a Bíblia e seguir este mesmo Deus que antes ordenou extermínios e hoje nos convida ao amor, estou eu me afogando em algum tipo de areia movediça? Estamos em contradições? Olha, apesar de querer dizer "sim" pela lógica humana, pelos olhos carnais, devo dizer "não", pela fé!
Acredito que embora no mundo as guerras nunca tiveram um fim, voltamos aos tempos de Deuteronômio. Acredito que movidos pela mesma ideia de uma nação com uma única doutrina e um único Deus, o EI assim está fazendo nos tempos relativamente acostumados com a paz dos dias de hoje, promovendo o Islã, com todos os meios possíveis, derramando seja qual for o sangue.

Entretanto há uma diferença, o próprio Islã está de luto, e segundo os maiores líderes, o EI está buscando o poder, e nada mais que isso. Seria justificável então derramar sangue se a luta fosse genuinamente religiosa? Lógico que não. Então porque, como cristão, eu justifico o derramamento de sangue descrito em diversas partes da Bíblia? Quem disse que justifico? Quem disse que devo defender? Quem disse que devo dizer que isto era necessário? Sabe o que digo? Digo que o que foi feito, foi feito. O que aprendi a defender, defendo. O que me compete entender, entendo.

E o que entendo de tudo isso, puxando as guerras de A.C. para o atual Estado Islâmico de D.C. é que somos nós, agora o povo estranho. Ameaçado por um outro povo que luta e não deixa com vida nada que tem folego, nada que não tenha Allah como seu deus e Maomé como seu profeta. Podemos até adorar, sacrificar e suplicar, a este Deus da Bíblia, que nos mostra ser o arquiteto da vida, que tem ouvidos, e em sua vontade nos atende. Mas me permita alertá-lo de que mesmo que nos cortem as cabeças, nos queimem e formos tirado a terra dos meus pés, estarei conquistando a terra prometida que Jesus, o Filho do Deus de ontem e de hoje, preparou pra mim. Mas antes estivéssemos fazendo isto, orando e suplicando, pra que o terror não se espalhe, não chegue até nós. Que de alguma forma Deus nos livre do fio da espada. A verdade é que não estamos nos importando, o EI está longe demais. Estamos em paz, não é? A pergunta é: Até quando?

Sinto muito aos que se dizem "sem religião" estarem se sentindo seguros, aos ateus e a todos que não se metem nesse negócio de religião, sinto, sinto mesmo, mas vocês também não estão livres. Estes devem se curvar a Allah e a Maomé, se quiserem manter suas cabeças acima do pescoço. Bem, eu sei pra onde vou, mesmo que o EI chegue até mim. E você?

domingo, 7 de dezembro de 2014

Não leia este texto!


Psicologia inversa? Um pouco, mas não apenas isso. Se já começou a ler, então peço que ponha sua conta em risco.

Prepare-se para uma contradição. Sei que escrevi, gastei meu tempo, atenção e meu português, mas você não precisa ler esta mensagem. Só que espero profundamente que você não vá embora agora... Sim, gosto de jogos perigosos. Desafiá-lo a ir embora e desejar profundamente que você fique. Mas faço isso porque sei que posso contar com você - conto literalmente, e nos dedos, os indivíduos do meu seleto grupo de leitores. Então se ainda está aqui, se acostume com esta palavra: CONTRADIÇÃO, pois este texto pode até ser útil agora, mas no fim te desafio que olhe-o com desprezo. E se possível, com um pouco de nojo, daqueles de dizer "Argh!". Como posso aconselhar isso com um texto voltado para a espiritualidade? Eis aí o seu segundo desafio.

O homem... não peraí, preciso de algo um pouco mais abrangente! A humanidade... parece perfeito, ok, posso começar com isso. A humanidade, gente que vem, gente que vai. Quem vem passa pouco tempo, quem vai nunca mais volta, mas há as exceções, alguns não vão por completo, ficam, mas ficam só o nome, as vezes o nome fica porque saiu algo de interessante de sua boca, se coisas más ou boas, dependendo da importância, sempre ficam. As vezes ficam o nome, o que saiu da boca, e o que se fez, se bom ou ruim, fez ta feito, ficou também! Ok, agora pergunta clichê: O que você deixará para a posteridade? Olha muita gente não deixa nada, fique tranquilo se é isso que você também quer deixar. Mas se você quer deixar alguma coisa, se pretende que algo seu fique registrado na ata da humanidade, gostaria de lhe dar uma dica: Não se preocupe com isso!

Falei pra se acostumar com a bendita contradição. Então, o que quero com isso dizer? Aquele que quer ser lembrado não pode querer ser lembrado! Tá, como assim? Não, não será uma aula sobre a humildade. Também não será um convite para plantar uma árvore discretamente, ou muito menos uma doação do seu décimo terceiro para uma instituição de caridade - se bem que... Mas enfim, será uma forma de dizer que o que fazemos agora, nesse exato momento é inútil, é raso, é pouco comparado as exigências que uma marca na história necessita. Ser ou não ser nunca foi uma boa questão. Fazer ou não fazer, talvez seja uma questão melhor, que me perdoe Shakespeare. Sim, mas fazer o que?

Cheguei no quinto parágrafo e digo abertamente que você ainda não sabe sobre o que está lendo... bem, pior ainda vai ser descobrir que não tenho nenhuma solução aqui a qual você mesmo já não tenha passado por cima. Sim, quero dizer na sua cara que você passou por cima de muitas soluções e ainda teve curiosidade de procurar algumas dessas soluções aqui. Deixar você confuso no meu quinto parágrafo é o meu papel hoje, aliás, fiz o quinto parágrafo porque achei que tinha te enrolado pouco. Ei, psiu! Espere, vai perder a melhor parte se for embora agora.

O que quero com isso? Quero falar sobre a inutilidade do discurso. Quero falar sobre o quanto as palavras hoje entram num ouvido e saem pelo outro. Ou entram nos olhos e escorrem pelo nariz, sem criar raiz em nossos neurônios. Quero alertá-lo sobre o fato de que enquanto ouvimos discursos, ou lemos sermões, pessoas precisam da nossa simples atenção. Em suma, quero dizer que chegamos ao século XXI e ainda achamos que precisamos de discursos... Conservamos a raquítica ilusão de que mais um discurso resolverá de uma vez por todas a nossa vida.

Preciso falar que Jesus instituiu os dois maiores mandamentos não com palavras, mas com ações? "Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes." (Mc 12:30-31). Assim disse. Disse? Me perdoe! Assim fez! Qual o nível de realidade essas palavras existem em nós? Acho que não há pecado maior do que fazer da palavra de Deus, apenas palavra.

Não, não simpatize com este texto. Chegou a hora de agirmos e sair da teoria. Nós esquecemos que palavras perfeitas como amor, perdão, paciência, generosidade, humildade, etc, etc, etc... existem para ilustrar o que existe aqui fora. Existe? Desejo o fim do discurso? Não... infelizmente não posso desejar isso. Não posso e não devo, até eu precisei dele hoje aqui.

"Enquanto palavras forem sempre a solução para o mundo, problemas serão sempre problemas para o mundo." Frase bonita né? Eu que fiz! Do que ela ou todo esse texto serve? Nada. Enquanto forem apenas palavras. Aliás, esqueça a posteridade. Faça com que suas atitudes sejam o mais eficaz discurso que mude o mundo em sua volta. O futuro cuidará de si mesmo.

Ainda bem, já chegou a hora de dizer "Argh!". Bem alto!
Difícil dizer né? Adoramos discursos!