domingo, 7 de abril de 2013

Pecar é de graça?

Antes de responder a pergunta, gostaria de dizer que você é um assassino.
Mas voltando ao assunto... O que foi? Achou estranha, incabível ou inaceitável a acusação? Me desculpe, mas, serve de consolo se eu disser que eu também sou um? De extrema periculosidade por sinal. Talvez sua consciência pode ficar mais tranquila se eu disser que você não matou ninguém sozinho, estamos juntos na mesma culpa. O pecado não foi o assassinato, o pecado aconteceu quando esquecemos que matamos o homem. Lembra do nome dele? Jesus é nome dele. Meliantes e mau elementos dos boletins de ocorrência, são fichinha, comparados a nós, cristãos pecadores.

Não, pecar não é de graça, como o título questiona. O nosso pecado possuiu sim um valor, um custo, um pagamento. Para ficar claro, imagine um irmão mais velho, que levou seu irmãozinho mais novo ao super-mercado. Este irmãozinho, que de quieto não tinha nada, começou a perceber que o mercado em que havia insistido para ir, de super não tinha nada, e começou a inventar as suas brincadeiras. Começou assobiando, em seguida já era um avião bimotor pelos corredores, sendo por fim, um artilheiro de futebol com a primeira bola que encontrou. E em seu lindo chute, acertou a sessão de cristais e jarras de porcelana daquele mercado. O que mais o irmão mais velho poderia fazer? Sim, pagar o estrago do seu amado irmãozinho, que com o rabinho entre as pernas, só sabia encolher-se e finalmente, aquietar-se. Depois de uma boa bronca, logicamente!

Preciso dizer que nós somos o irmãozinho mais novo? E que Jesus é o mais velho? Quem dera se assim como esta parábola moderna, fizéssemos nossos estragos sem intenção. Mas não. Queremos, fazemos, deleitamo-nos, e quando terminamos, recomeçamos, como porcos em seu sagrado charco de lama. E quem dera, se assim como o irmão mais velho da parábola, aprendêssemos apenas com uma boa bronca. Contudo, nosso irmão mais velho, pagou nossa dívida, sem se enfurecer; Sem puxar a nossa orelha. Antes, restituiu a orelha do soldado ferido por Pedro, talvez como uma mensagem oculta nas entrelinhas deste ato: Pra que isso? Já não fez estragos demais?

Após uma profunda introspecção, percebi que não há nada mais estranho, que olhar pra dentro de sí, e perceber o quão culpado eu sou. Qual o resultado de andar vendado? A queda. Qual o fim para o que dirige bêbado em uma estrada movimentada? A morte, se com sorte, sequelas para toda a vida. A alta porcentagem de o meu veredito ser desfavorável a minha absolvição é clara. O peso da culpa, está sobre meus ombros. Há manchas de sangue em meus braços, em minhas mãos.

Tudo o que sou, que fiz, e o que posso imaginar, me mostra que não tenho créditos, mas sim, dívidas que não tenho como pagar. Tudo o que tenho, é o chão. O pó. Me resta agora, a imagem do homem que preguei no madeiro, pingando sangue pelas chagas dos açoites, invade a minha consciência e atormenta a minha carne.

Parei, e como uma flecha acerta o alvo, pensei: Pecar é humano, matar um homem pelo pecado é a lógica. É o custo. Se já não bastasse ser o homem imperfeito, tenho fincado na carne o pecado, que é a mancha, a dívida, a morte. A morte que era minha, Jesus morreu, pois eu o matei. A dor que era minha, Jesus sofreu, pois eu o fiz sofrer. A alta dívida, o preço do pecado, que era meu, Jesus pagou, pois eu o fiz pagar, eu não tinha crédito, eu não estava lá. Mas o meu pecado, com absoluta certeza, estava. Se para quitar a dívida, o que tínhamos de mais valioso eram moedas, o que Ele deu foi a vida. 
Pare para pensar. Já se indagou o quão depravado é este mundo? O quão egoístas, mesquinhas, violentas e sujas são as pessoas? Se uma moeda de troca fosse estabelecida, sendo que quanto mais imundas fossem as pessoas, mais altos seriam os valores para estes pagarem. Logo, compreenda de uma vez por todas: A vida imaculada, santa e pura de Jesus foi o cheque em branco, capaz de pagar, á vista, a dívida da história humana sobre a Terra.

O que eu mereço? Quais os meus créditos perante Cristo? Se nada for a resposta, me dou por satisfeito. Se ao menos me livro do inferno, e o breu somado ao nada, for o meu destino na hora da minha morte, sinto-me em paz. Seria compreensível se parássemos por aqui. Não acha? Nada tínhamos, nada merecemos. O que cobrar de Cristo? O que pedir? Por que pedir?
Mas Cristo, o homem que surpreende, que pagou a minha dívida, nos surpreende com a notícia que o que fez, fez por amor, como resultado da dívida paga, adquiriu a nossa passagem para a eternidade ao lado do Pai, sem pedir nada em troca; Sem taxa de embarque; Sem juros. Nos deu, de graça, ou melhor pela Graça!

Da pra entender? Não, não entenda, não precisa, somente Deus conhece a conta, cabe a nós guardarmos o bilhete da passagem e dizer, muito obrigado!

Paz em Cristo.
Adelmo Candido

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